sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Melhoria

   Roubaram-me o medo.
  Pintaram-no de cor-de-rosa
  e purpurina.
  Deram-lhe cetins de bailarina
  e babado carmim de melindrosa.
  Desavisados!
  Perfumada a essência, em alecrim,
  diluiu-se todo em transparência.
  Entre sedas e doces rebuçados
  evapora-se a tônica do medo
  em irônica massa de brinquedo.  
   Flora Figueiredo