sábado, 29 de outubro de 2011

Sonho..

 A realidade me fere.

Prefiro a etérea imagem do sonho
ao rosto grosseiro da verdade
que é um palavrão horrendo,
estorcendo a boca do povo.
Sempre a fome, a insatisfação,
o desajustamento!
Eu me imponho sonhar!

E esqueço a vida!

Sou como a cascata
que geme dia e noite
eternos lamentos.
Sou frágil como a espuma rendilhante
dos rios que borbulham
nas veias da terra,
correndo grotões
para cair nos abismos...

Eu amo!

Sou pedaço de mar,
que em ondas de vento em vento
rola pelas praias
à procura de repouso.
O tumulto dos meus sentimentos
assemelha-se ao oceano em tempestade!

Eu sofro!

Sou a água cristalina
que canta no despenhadeiro,
enquanto rola pelas pedras.
A dor de amar é doce!
Minhas emoções se quebram
como sonhos que terminam
ao descerrar das pálpebras.
Sou uma das Náiades
que caiu no rio Flegetonte!

Eu choro!

Sou um lago sereno
cuja água flui dos lábios de sátiros.
Os meus pensamentos são
para criaturas apaixonadas
que se enlevam nos sonhos de amor!
Sou fonte de néctares raros e ebriáticos,
onde a ilusão vem matar a sede!

Sou feliz às vezes! ( Cassandra Rios)

Náiades são ninfas aquáticas com o dom da cura e da profecia e com certos controles sobre a água. Assemelhavam-se às sereias e, com a voz igualmente bela, elas viviam em fontes e nascentes ou até cachoeiras; deixavam beber dessa água, mas não se banhar delas, e puniam os infratores com amnésia, doenças e até com a morte.

As Náiades se dividem em cinco tipos diferentes:
  • Crinéias: Náiades que habitam fontes;
  • Limneidas (ou Limnátides): Náiades que habitam os lagos;
  • Pegéias: Náiades que habitam nascentes;
  • Potâmides: Náiades que habitam os rios;
  • Eleionomae: Náiades que habitam os pântanos.
Rio Flegetone
Na mitologia grega o Flegetonte é um dos rios do Hades. Flegetonte é o rio de fogo, que passa pelo Tártaro.
Na Divina Comédia de Dante, na primeira parte da obra (Inferno), que envolve tradições gregas e católicas, o Flegetonte aparece no 7° Círculo do Inferno, no 1º Vale, onde estão os violentos, afogados no rio de sangue fervente. Quanto mais grave o crime, maior a parte imersa.